Técnicos do Tribunal teriam recebido mensagem dos hackers hoje com pedido de resgate.
Após ter sofrido ataque cibernético, os técnicos do STJ encontraram, nesta quinta-feira, pedido de resgate dos dados que foram sequestrados.
Sequestrador é modo de dizer, porque o que se deu, na prática, é que os hackers instalaram um programa que bloqueou o acesso dos ministros e servidores aos processos e aos e-mails.
O site O Bastidor, novo veículo do jornalista Diego Escosteguy, informou que o pedido de resgate segue a linha comum a ataques dessa natureza, chamados de ramsomware.
Esse ataque cibernético ocorre por um tipo de software que consegue impedir o acesso ao sistema infectado, bloqueando tudo. A seguir, em geral, pede-se, um resgate em criptomoedas.
As informações preliminares apontariam que o hacker não precisou de grande sofisticação para entrar nos sistemas da Corte.
Uma das suspeitas é que, com a pandemia, os técnicos tenham começado a trabalhar em home office, e com isso o sistema pode ter ficado vulnerável. Antes, o acesso de nível estratégico aos sistemas do tribunal só podia ser feito presencialmente, dentro da sala de servidores.
Assim, o trabalho remoto ajudaria a explicar as falhas que levaram o hacker a ter sucesso no ataque.
Segundo o site, o hacker já tinha entrado no sistema do STJ no domingo, e esse primeiro acesso serviu para que ele se familiarizasse.
Ataque
O Tribunal sofreu problemas no sistema na tarde desta terça-feira, 3, quando foram interrompidas as transmissões de todas as sessões, que aconteciam de forma virtual.
As sessões virtuais foram encerradas e suspensas após a instabilidade e, inicialmente, seriam retomadas na próxima terça, dia 10, agora estão suspensas ou canceladas até que seja restabelecida a segurança do tráfego de dados dos sistemas do STJ.
Os prazos processuais na Corte ficam suspensos pelo menos até o dia 9/11, e as demandas que importem em perecimento de direito estarão centralizadas na presidência.
O chamado Tribunal da Cidadania está, literalmente, refém de sequestradores.
Caso Mariana Ferrer
Até o famoso caso da audiência de Mariana Ferrer chegou ao conhecimento dos hackers. De fato, noticia-se que os técnicos do Tribunal teriam encontrado “#estuproculposo” nas mensagens de programação deixadas pelo hacker na invasão. Isso não siginifica que o hacker seja do meio jurídico. De fato, pode e deve ser apenas uma maneira de dissimular a autoria, uma vez que a hashtag estava nos trending topics do dia.
Outros órgãos
Segundo informações, outros órgãos, como o ministério da Saúde e o governo do Distrito Federal, também estão sendo vítimas de ataque nesta semana.
Investigação
A Polícia Federal informou, na tarde desta quinta-feira, 5, que instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias da invasão dos computadores do STJ. Segundo a PF, as diligências iniciais da investigação já foram adotadas, inclusive, com a participação de peritos da instituição.
Por: Redação do Migalhas
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