Mulher que sofreu fratura na coxa por defeito em próteses será indenizada

A 6ª turma do TRF da 3ª região manteve a condenação do INSS e de uma fornecedora de produtos ortopédicos ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma mulher que fraturou a coxa esquerda em decorrência do mau funcionamento de próteses.

Para colegiado, o conjunto probatório dos autos comprava o nexo causal entre o equipamento e a lesão.

A mulher, que usa próteses desde os dez meses de idade após a amputação dos membros inferiores, enfrentava dificuldades de adaptação desde 2007. Em 2016, um perito recomendou a troca das próteses, e a fornecedora foi contratada pelo INSS em 2017.

No entanto, o equipamento fornecido apresentou falhas, como o descolamento de um liner, e os problemas persistiram mesmo após trocas e substituições.

Após a 2ª vara Federal de Franca/SP determinar o pagamento de R$ 10 mil por danos morais, as partes recorreram ao TRF-3. A autora pediu a majoração do valor da indenização, enquanto a fornecedora e o INSS alegaram ausência de nexo causal e inexistência de responsabilidade civil.

A 6ª turma, porém, concluiu que o nexo causal entre a conduta das rés e o prejuízo sofrido pela autora, bem como o dano moral, foram devidamente comprovados.

O relator do caso, desembargador Federal Souza Ribeiro, afirmou que “o conjunto probatório demonstra que, embora a empresa tenha buscado sanar os defeitos nas próteses, tais defeitos foram determinantes para a queda e fratura sofrida pela autora e revelam que o produto não ofereceu a segurança que dele legitimamente se esperava”.

O laudo pericial apontou que “a falha do serviço decorreu da falta de ajustes adequados nas próteses, causando desgaste excessivo, pressão nos membros e lesões corporais”.

O colegiado, por unanimidade, negou provimento às apelações e manteve o valor da indenização fixado na sentença.

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Petrarca Advogados