PME – PMEs do setor de serviços retomaram os níveis pré-pandemia, diz pesquisa

Em 2021, as pequenas e médias empresas do setor de serviços, um dos segmentos mais afetados pela pandemia de covid-19, conseguiram avançar 13,5% em faturamento, recuperando os níveis pré-pandemia.

Os dados são do Índice de Desempenho Econômico de PMEs (IODE-PMEs) da Omie, software de gestão para pequenos e médios empreendedores. Para chegar a essa conclusão, a startup avaliou a movimentação financeira de seus mais de 90 mil clientes, que incluem negócios de 622 ramos diferentes.

“A partir do segundo semestre de 2021 observamos que houve uma recuperação acelerada do setor de serviços, algo diretamente atrelado ao avanço da vacinação”, diz Felipe Beraldi, especialista de indicadores e estudos econômicos da Omie.

Ainda segundo os dados da Omie, embora o setor como um todo tenha avançado no ano passado, algumas empresas ainda lutam para recuperar as perdas da covid-19, dependendo da natureza do serviço prestado.

As PMEs de educação e logística foram as que mais se destacaram, crescendo 70% e 49%, respectivamente. Já na outra ponta, as empresas de alimentação e hospedagem e cultura e esporte ainda operam 34% e 35%, respectivamente, abaixo do período anterior à covid-19.

“Alguns tipos de empresas de serviços, ainda, foram favorecidas pela pandemia, como logística e tecnologia. Por outro lado, as atividades que mais sofreram com a crise sanitária são aquelas que também estão demorando mais para se recuperar”, afirma Beraldi.

O levantamento ainda apontou que, mesmo dentro do setor de alimentação, por exemplo, algumas empresas saíram melhor que as outras. Enquanto as companhias que forneciam alimentos para consumo domiciliar cresceram 139% em 2021, os serviços de alimentação para empresas caiu 31,5%.

Segundo Beraldi, a vacinação ajudou, inclusive, a mitigar os efeitos do onda da ômicron para as PMEs do setor de serviços, já que o setor avançou 4,7% em janeiro de 2022, em comparação ao mesmo período de 2021.

“A inversão da curva de casos graves e mortes e, consequentemente, o reflexo que isso teve na falta de redução da mobilidade fez com que o efeito da ômicron fosse limitado”, diz.

Para 2022, a expectativa é que a recuperação das PMEs de serviços siga em curso, com ênfase na retomada das atividades dos segmentos mais afetados pela pandemia. Porém, o cenário macroeconômico do Brasil pode ser um impedidor para que empresas avancem com a rapidez desejada.

“Por um lado observamos uma maior mobilidade, uma maior confiança das pessoas em relação à pandemia, porém, por outro, o cenário econômico é desafiador com inflação em alta, taxa de desemprego elevada e um possível aumento da taxa de juro, que vai tornar o crédito mais caro. Tudo isso pode afetar a recuperação”, finaliza. Beraldi.

Por: Luciana Lima

 

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